2020 esteve bem e recomenda-se, e 2021?

Na semana passada a KW Portugal (Keller Williams) entregou os prémios relativos ao desempenho de mais de 2000 consultores imobiliários no Continente e Ilhas. Foi-me atribuído o prémio Dupla Platina e a distinção de Consultora Imobiliária Nº1 no Top Nacional Individual da Keller Williams Portugal no que diz respeito ao volume de negócios acumulado durante o ano de 2020, entre mais de 2.000 consultores!

Apesar de não ser uma total surpresa, pois acumulo esta distinção desde 2017 de forma continuada, o ano transato foi um ano de teste que me permitiu reforçar a convicção de que esta jornada surpreendente ao longo dos últimos 5 anos não foi fruto do acaso.

Como dizem os portugueses, o futuro a Deus pertence! Mas, o que este ano cheio de dificuldades me provou foi que, se mantivermos uma postura dedicada e exigente trabalhando em prol dos nossos clientes, apostando na excelência de cada detalhe, e com uma estratégia bem planeada de médio/longo prazo, Deus deixa-nos moldar um pouco desse futuro :)

Esta distinção é o resultado de um alinhamento de boas estrelas: a Keller Wiliams, a maior rede imobiliária do mundo (já conta com mais de 184.000 profissionais, em mais de 50 países em todo o mundo), o Market Center KW Sol (a maior agência imobiliária de Oeiras) e obviamente todos os meus colegas.

É claro que não poderia deixar de referir a importância que os meus clientes compradores e vendedores tiveram para este desempenho extraordinário. Nunca é demais referir que, para se ter sucesso nesta atividade, a seleção de imóveis e de clientes é um elemento chave. E durante este ano que agora terminou, não me faltaram moradias, apartamentos e lotes de terreno com qualidade acima da média e clientes fantásticos!

2020, UM ANO CHEIO DE DESAFIOS PARA A ATIVIDADE IMOBILIÁRIA

Mas nem tudo foi fácil em 2020. A pandemia do COVID-19 trouxe novos desafios e dificuldades acrescidas. Terminei o ano com a atribuição de uma Dupla Platina e a escassa distancia da Tripla Platina que obtive em 2019. Tal não significa que tenha realizado menor número de transações e volume de negócios. Muitas das escrituras que estavam agendadas para 2019 tiveram que ser adiadas, devido a atrasos na emissão das respetivas licenças de utilização, por parte dos serviços municipais. Não fora estes entraves e 2020 teria sido o meu ano record!

Os desafios com que me confrontei foram muitos. Estes continuam a ser, os mais importantes:

  • a referida dificuldade em obter documentação necessária para a mediação imobiliária e a realização de escrituras de compra e venda de imóveis;
  • atrasos no arranque de obras de novos empreendimentos devido ao contexto e às restrições em vigor, bem como atrasos na construção de obras atualmente em curso;
  • mudança relativa ao tipo de imóveis mais procurados: mais terrenos e moradias e menos apartamentos;
  • dificuldades acrescidas na realização de visitas, de modo a respeitar a segurança e a saúde dos meus clientes, bem como as regras aconselhadas pela DGS;
  • Reforço do canal de marketing digital em detrimento do marketing tradicional, penalizando outdoors e outras campanhas de visibilidade presencial;
  • Clientes proprietários que desistiram de vender o imóvel, quer pela desvalorização observada nalguns segmentos do mercado imobiliário, quer por receios face à crise económica que se avizinha;
  • Clientes compradores estrangeiros que, apesar de não terem esmorecido o interesse por residir em Portugal, aguardam por melhores tempos, esperando que a pandemia abrande e as viagens aéreas sejam retomadas em pleno.

E 2021? PALPITES, ADIVINHAÇÕES E FUTOROLOGIA

É durante estes momentos especiais que cada consultor imobiliário é posto à prova: ou sai reforçado e garante o sucesso para os próximos anos, ou as suas fragilidades ficam mais expostas.

O que prevejo para 2021 está obviamente condicionado pela evolução da pandemia e o sucesso do processo de vacinação. Mas existem linhas de condutoras que me parece terem vindo para ficar:

Portugal é um país mais vulnerável a crises económicas e a uma grande dependência do exterior e da economia global. O crescimento do turismo verificado nos últimos anos não melhorou esse panorama. Daí que, enquanto o turismo externo não reatar em força, vamos continuar a trabalhar em "banho maria" e com grande imprevisibilidade.

Após 4/5 anos de crescimento continuado dos preços em Lisboa e Porto, em 2021 vamos continuar a assistir a fenómenos divergentes nesta área. Os preços no mercado de revenda de apartamentos, e de algumas moradias com alguma idade, vão continuar o percurso de correção em baixa. Enquanto os preços de casas localizadas em zonas de forte procura (Oeiras é uma delas) bem como da nova construção não irão baixar e continuarão a crescer, embora de forma mais suave.

O Digital chegou à mediação em força e veio para ficar. Angariação e mediação não presencial, visitas virtuais e contratos on-line são as tendências que vieram para ficar.

Marketing Digital. Essa tem sido uma das minhas maiores apostas. Nada de novo! Embora a tendência para uma maior diversificação de canais digitais traz novos desafios. É imprescindível aferir os ROI (Retorno sobre o Investimento) de cada canal.

As redes sociais e o investimento publicitário neste tipo de canal vai continuar a ganhar peso no marketing imobiliário, à medida que as novas ferramentas vídeo possibilitam uma integração cada vez mais fácil e de qualidade.

Novas dinâmicas estão a conduzir a atividade imobiliária nos tempos Covid e deverão continuar a suportar novos negócios nos próximos tempos:

  1. Estrangeiros que vieram residir para Portugal e que numa fase de adaptação optaram por arrendar casa, são agora clientes compradores. Brasileiros, franceses, ingleses e doutros países da Europa têm compensado, numa pequena parte, as quebras registadas no mercado do investimento internacional.
  2. Muitas famílias estão a comprar casas maiores e com espaços de lazer e jardins, muitos deles motivados pelo ambiente de confinamento e outros devido à necessidade de um espaço para escritório de modo a dar resposta ao teletrabalho.
  3. Casas grandes e muitas delas no setor de luxo, estão a entrar no mercado de venda, pois os seus proprietários, com alguma idade e sem filhos a morar junto, pretendem efetuar um downsize mudando-se para casas mais pequenas, aproveitando o facto de os preços ainda não terem entrado em forte queda.
  4. Devido ao clima de instabilidade e escassez de rendas acessíveis no mercado de arrendamento, muitos pais estão a ajudar os filhos a comprar casa, tirando partido da oferta de crédito com juros excecionalmente baixos.
  5. Devido ao ambiente de negócios deprimido, aos juros baixos e à previsível crise económica, muitos investidores estão a investir na aquisição de imóveis, pois este continua a ser considerado o investimento mais seguro e rentável. Outros pretendem comprar casas para entrar no mercado de arrendamento, conseguindo assim uma fonte adicional de rendimento.
  6. Quanto ao Visa Gold ainda é uma incógnita quanto ao modo como funcionará na fase de transição, a partir de 1 de Julho de 2021 e até final de 2022. Uma coisa é certa, Lisboa e Porto vão gradualmente sair do radar do investimento internacional no que toca a esta modalidade.

A aposta que a mediação imobiliária está a realizar em novas plataformas digitais e ferramentas de visitas virtuais está a contribuir para evitar quebras maiores e a gerar novas alternativas à compra tradicional, com destaque para os compradores internacionais, que aderem mais facilmente a este "novo normal".

Todas estas dinâmicas, associadas ao ambiente de juros baixos no crédito à habitação, deverão continuar a suportar o mercado imobiliário evitando que o impacto da pandemia seja tão estrondoso quanto o verificado noutros setores.

Em 2020 saí-me bem, em 2021 estou certa de que tudo farei para não desiludir todos aqueles que acreditaram em mim ao longo destes 5 anos!

Estou muito orgulhosa com este prémio e confiante no futuro! 

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