Museu de Cerâmica de Sacavém

O Museu de Cerâmica de Sacavém, localizado na localidade que lhe deu nome, nasceu em homenagem e no mesmo local da antiga Fábrica de Loiça de Sacavém, hoje desativada.

O museu situa-se onde outrora existiu o forno n.º 18, e onde é possível recuperar a memória da antiga unidade industrial, através do acervo restante da antiga fábrica. No espaço envolvente localiza-se a Urbanização Real Forte, que ainda hoje se continua a expandir e já vai na Fase III.

Distinguido em 2002 com o Prémio Luigi Micheletti (a mais alta distinção europeia na categoria de museu industrial atribuído pelo European Museum Forum), o Museu de Cerâmica de Sacavém encontra-se instalado num edifício com 2 pisos, construído de raiz no ano 2000 e dedica-se ao estudo da história e da produção da Fábrica de Loiça de Sacavém e do património industrial do concelho de Loures, desenvolvendo projetos expositivos nesse âmbito.

O museu possui 2 Salas de Exposições, Oficinas, Auditório, Reservas visitáveis, um Centro de Documentação especializado com o nome do fundador da Fábrica - Manuel Joaquim Afonso, Loja, Estacionamento e acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

Fábrica de Loiça de Sacavém, a história

Fundada em 1856 por Manuel Joaquim Afonso, a fábrica situava-se na Quinta do Aranha, em Sacavém, tendo chegado a ocupar, nos seus tempos áureos, uma área de 70 000 m², devendo parte do seu sucesso à proximidade da estação ferroviária (chegou a existir uma ligação ferroviária particular ao Porto de Lisboa e a Santa Apolónia) bem como à qualidade da sua produção.

A célebre frase "Sacavém é outra loiça!" deve-se à qualidade das cerâmicas ali produzidas, sendo que algumas das suas obras ainda hoje se destacam no rico panorama da azulejaria nacional, com o contributo inicial do pintor Jorge Colaço, tais como: a Estação de São Bento, (Porto, 1903), o Palace-Hotel do Buçaco, (Luso, 1907), Pavilhão dos Desportos, (Lisboa 1922), ou a Casa do Alentejo (Lisboa).

Após algumas dificuldades financeiras, em 1863, a fábrica acabou por ser vendida a um inglês, John Stott Howorth, que a modernizou introduzindo novas técnicas de produção oriundas do Reino Unido. Em poucos anos, graças ao crescimento da exportação para mercados como o inglês, a Fábrica da Loiça tornava-se numa das mais importantes em Portugal no ramo da produção cerâmica, concorrendo com a Fábrica da Vista Alegre em Ílhavo. Face ao sucesso alcançado, o rei D. Luís I confere a Howorth o título de Barão de Howorth de Sacavém, e concede à fábrica a permissão de usar a marca Real Fábrica de Loiça de Sacavém, designação que passou a distinguir muitas das loiças aqui produzidas.

Após a morte do barão, em 1893, a baronesa Howorth de Sacavém em sociedade com o antigo guarda-livros da fábrica, James Gilman, assumem os destinos da empresa, mantendo a sua expansão e modernização, tendo em 1912 (já após a morte da baronesa) sido construído um forno-túnel com 8 metros de altura e 85 metros de comprimento, com recurso ao betão armado, o que aconteceu pela primeira vez em Portugal.

O sucesso e a dimensão desta unidade industrial estiveram na origem do crescimento da povoação de Sacavém, que dos 350 habitantes à data da sua inauguração, 40 anos depois mais de metade dos quase 1890 habitantes trabalhavam na fábrica, atraindo trabalhadores de várias partes do País, de tal forma que em 1927 foi-lhe atribuído o estatuto de vila.

Por outro lado a Fábrica de Loiça de Sacavém foi pioneira em muitas medidas, tais como: a criação de uma escola dentro da fábrica, a existência de um caixa de socorros mútuos para os seus trabalhadores, o direito a férias remuneradas, e a instituição de campos de férias para os filhos dos trabalhadores da fábrica.

Após o 25 de Abril de 1974, a Fábrica de Loiça de Sacavém, fruto da convulsão política e das dificuldades financeiras, acaba por encerrar em 1983 e é declarada a sua falência em 1994.

Local: 
Categoria: 
Preço Médio: 
Barato

Horário

Terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Encerra às segundas e feriados.

Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso:

Terça a sexta-feira, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00 (mediante marcação prévia)

Contactos

Morada: 
Rua Álvaro Pedro Gomes Piso 1, Urbanização Real Forte, 2685-137 Sacavém

Localização

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