COVID-19: Para alguns trabalhadores não há quarentena

Vivemos numa sociedade cosmopolita, em que as relações de interdependência impedem que todos possam ficar em casa, enquanto a pandemia deste coronavírus, o COVID-19, se propaga e deixa um rastro de morte, em todo o mundo. É por isso que alguns profissionais não abandonaram os seus postos de trabalho, nas área dos cuidados de saúde, ciência e investigação, defesa e segurança, logística e distribuição, transportes, banca, imprensa e comunicação, limpeza e manutenção, oficinas, etc. Saem de casa todos os dias, ou por períodos alternados de 2 semanas, para garantir que aqueles que ficam em casa o possam fazer, como se o mundo não tivesse parado... mas parou!

É a todos eles que se dirige este artigo, junto com um imenso obrigada! Mas não basta agradecer, é necessário que neste momento pensemos em todos eles, porque também são pais, têm família, medos e ansiedades e dificuldades financeiras como todos nós. São estes os heróis que combatem um inimigo invisível mas letal! São estes os heróis do COVID-19! Aqui fica uma menção especial a alguns deles:

Profissionais de Saúde

Aos mais de 53.000 médicos, 74.000 enfermeiros, 13.500 farmacêuticos, 10.200 médicos dentistas, 400 nutricionistas do SNS, psicólogos e a todo um vasto leque de profissionais nas áreas de diagnóstico e terapêutica, bem como pessoal administrativo que continuam a desenvolver a sua atividade, correndo riscos, mas lutando diariamente para manter abertos abertos os cerca de 230 hospitais, 387 centros de saúde, 2.900 farmácias, etc. 

Este é o momento em que estes profissionais, sejam do setor público ou privado, demonstram de forma clara o porquê da importância deste setor nas nossas vidas. Por isso, estão a ser criadas condições especiais, seja no acesso a supermercados (com horários próprios), seja na disponibilização de quartos e habitações ao dispor de muitos profissionais deslocados ou que por motivo da sua própria quarentena se vêm impedidos de entrar nas suas casas. Mas é preciso mais! Muitos destes profissionais queixam-se de falta de fatos especiais para aceder às zona de infetados, máscaras em número suficiente, etc. etc.

São eles que constituem a primeira linha da frente nesta guerra contra o coronavírus (COVID-19)! São eles que arriscam a sua saúde e a dos seus familiares em prol do bem dos restantes portugueses. Muitos deles trabalham incansavelmente e sem descanso, porque faltam recursos humanos! 

À data de hoje (30.Mar), mais de 850 profissionais de saúde já tinham sido infetados! É urgente olhar para estes trabalhadores, que não podem ficar de quarentena, protegê-los e dar prioridade às suas necessidades profissionais - de ordem material ou financeira - ou pessoais, de subsistência e condições de vida. A todos o meu obrigada!

Profissionais de Defesa e Segurança

É sabido que nestas alturas de emergência nacional, mais do que nunca, o país tem que respeitar a ordem pública e defender os cidadãos que se encontram mais vulneráveis. Ou seja, é necessário respeitar os mais de 760 elementos da polícia judiciária, 21.000 policias da PSP, 22.600 guardas da GNR, 850 profissionais do SEF e alguns dos mais de 37.000 seguranças privados que continuam a trabalhar nos hospitais, bancos e supermercados. A todos estes há que somar os mais de 25.000 militares das Forças Armadas, que nesta fase de quarentena estão a ser chamados para ajudar o Serviço Nacional de Saúde e a Administração Interna.

É preciso que TODOS os portugueses percebam a importância de respeitar a ordem e as leis em vigor. Até na tarefa de restringir, a mobilidade durante o período de quarentena a alguns incautos ou desobedientes, estes profissionais têm sido exemplares! É fundamental acatar e respeitar as restrições de mobilidade, por eles e por nós, fique em casa!

Todos eles têm famílias e alguns têm problemas de saúde que os podem transformar na próxima vitima da pandemia do COVID-19. Mas todos eles enfrentam o dia a dia, de cabeça erguida, aparentando uma segurança e uma calma que nem sempre sentem, muitas vezes sem material de proteção adequado em quantidade e qualidade. Mas apesar de tudo e contra tudo estão presentes, e demonstram o porquê de Portugal ser um dos países mais seguros do mundo. Não é por acaso! A todos o meu obrigada!

Profissionais da Logística e Distribuição

São muitas vezes ignorados. Têm vidas que muitos não conhecem, mas que implicam grande esforço e sacrifício, sem beneficiarem do respeito e brilho de outras profissões. Mas eles constituem um batalhão de profissionais responsáveis pela cadeia de abastecimento dos produtos que consumimos e sem os quais não existiria vida tal como a concebemos. Alimentos, medicamentos, componentes para automóveis, material hospitalar, etc. etc., sem estes profissionais não conseguiríamos ficar em casa, confortavelmente e a salvo. 

Quando vamos a uma farmácia ou a um supermercado, quando encomendamos uma refeição takeway, quando recebemos as nossas encomendas on-line, aí é que percebemos o que seria de nós sem eles! São uma classe profissional que vive com os seus medos e com os medos da população a quem serve, por isso lhes devemos respeito e agradecimento e pressionar por melhores condições de segurança e defesa da sua saúde. Faltam luvas e máscaras em quantidade! Um dia de trabalho com a mesma máscara, não chega! 

Desde os trabalhadores das alfandegas à inspeção fiscal, administração dos centros de distribuição, atividades logísticas de carga, armazenagem e transporte, correios e encomendas postais, etc., são um exercito de portugueses aos quais devemos, hoje mais do que nunca, um imenso obrigada!