Os números recentemente divulgados sobre a evolução dos preços e do total de casas vendidas em Portugal, reforçam a ideia que desde há algum tempo se vem instalando: o mercado imobiliário acelera a recuperação.
Esta semana a confirmação veio de uma das mais prestigiadas revistas a Ci - Confidencial Imobiliário que, em parceria com o RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) divulgaram os números do inquérito mensal de Abril do Portuguese Housing Market Survey:
- Os resultados do RICS/Ci PHMS de Abril de 2016 apontam para uma aceleração do aumento dos preços das casas; com o indicador a atingir o resultado mais elevado desde que o inquérito foi lançado em 2010;
- A procura cresceu ao ritmo mais elevado dos últimos sete meses, com Lisboa a protagonizar, mais uma vez, a subida mais significativa;
- A colocação de imóveis em oferta aumentou pelo quarto mês consecutivo;
- Os respondentes antecipam um aumento dos preços das casas em torno dos 3% para os próximos 12 meses. Mais, esperam que o ritmo de crescimento acelere, atingindo uma média de 4% ao ano nos próximos 5 anos.
- O Algarve deverá protagonizar os ganhos de maior relevo, na ordem dos 4,5% ao ano, enquanto as perspetivas para o Porto são ligeiramente mais modestas, fixando-se nos 3,5%.
- O índice de confiança nacional subiu de +26, em março, para +38 em Abril.
- No setor de arrendamento, a procura por potenciais arrendatários cresceu ao ritmo mensal mais rápido desde Outubro de 2011;
- As rendas aumentaram pelo décimo primeiro mês consecutivo e as expetativas apontam para uma nova aceleração ao longo dos próximos três meses.
Este inquérito é utilizado na elaboração do Índice de Confiança e de Expectativas no sector Imobiliário (o qual existe há mais de 20 anos e mede a valorização dos imóveis residenciais) e assenta num painel de 150 empresas de promoção e mediação imobiliária nas regiões de Lisboa, Porto e Algarve.
Segundo Ricardo Guimarães, Director da Confidencial Imobiliário:
“O aumento na procura de habitação por parte das famílias está a ser impulsionado pelo crescimento do crédito. Os novos empréstimos atingiram 491 milhões de euros em Março, mais do que duplicando no espaço de um ano. Ao mesmo tempo os spreads estão a baixar e os Bancos estão a adotar uma postura comercial mais agressiva, factos que estão a ter claros efeitos nos preços e nas expectativas.”
Segundo Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS:
“Apesar da aceleração da economia portuguesa se manter modesta, a confiança dos consumidores continua próxima dos máximos pós-crise. Isto, juntamente com a fraca política monetária, deve continuar a suportar a recuperação do mercado imobiliário.”