Ano Novo, Novo Desafio

Desde 2019 que, no início de cada ano, a palavra "imprevisibilidade" é aquela que mais se destaca quando tentamos antever o que aí vem. 2023 não escapa a esta tendência.

Apesar de tudo, 2022 acabou por se revelar um ano onde o muito bom e o muito mau se misturaram, sendo que o saldo, em termos da atividade imobiliária, foi positivo.

2022 um ano atipicamente excecional

Para mim e muitos outros colegas, com experiência e uma carreira consistente no imobiliário, foi mais um ano de desafios e oportunidades que, com muito trabalho e algum mérito, soubemos aproveitar.


Bastará referir estes marcos: atingi mais uma vez o lugar cimeiro no Top Individual da KW Portugal, o volume de faturação e o número de imóveis angariados / transacionados, atingiram o maior valor de sempre, na minha curta carreira no imobiliário. São apenas 8 anos, dos quais 7 terminaram como este ano: Nº1 Individual entre 2800 consultores da KW Portugal.

2022 - Foi o ano em que obtive melhores resultados: Nº1 no Top Individual da KW Portugal

Mais uma vez, obrigada a todos os que me têm ajudado, clientes, colegas, KW Sol e KW Portugal!

“A arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar o porque não aconteceu”

Pondo de lado o sentido de humor de Sir Winston Churchill, esta é uma frase que se aplica em todos os inícios de ano, às mais diversas atividades profissionais.

Ora aqui vão as minhas antecipações para 2023 :)

1 - A "bolha" não vai rebentar. Haverá lugar para correções pontuais, especialmente nos preços de venda das casas usadas. Haverá lugar para uma redução da oferta, quer no número de casas novas, quer no de casas usadas, quer ainda na oferta de casas para arrendar (anulando parcialmente os efeitos do ambiente recessivo que se vive, pois a procura continuará a ser superior à oferta disponível).

2 - A sustentabilidade energética das casas estará na primeira linha de preocupação dos proprietários e promotores. A inflação dos preços da energia veio para ficar. Manter uma casa climatizada, ou carregar um veículo elétrico, são preocupações que podem ser parcialmente resolvidas com o recurso à produção e armazenamento da energia solar. As novas baterias, mais baratas e eficientes, para armazenamento da energia produzida pelos painéis fotovoltaicos, encontram-se em fase de homologação na Europa. Por outro lado existe a opção de venda da energia não consumida. O apoio de novos programas de apoio com fundos comunitários irão incentivar ainda mais esta mudança.

3 - As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto vão continuar a crescer. Os preços altos nos centros urbanos vão acabar por ter um efeito semelhante ao ocorrido noutras grandes cidades e capitais europeias: a expansão da área urbana para as suas zonas limítrofes. Em Lisboa esse efeito será mais notório, quer na margem sul, quer na zona a norte de Lisboa, sendo que Loures, Seixal e Montijo vão continuar a expandir-se graças a novos projetos imobiliários.

4 - O mercado imobiliário das cidades do interior do país vai crescer. O teletrabalho de trabalhadores nacionais ou estrangeiros (ajudados pelos vistos para nómadas digitais), vai gerar novas oportunidades fora da grande Lisboa e do Porto, com destaque para a zona Centro e Norte. O Algarve continuará a ser uma exceção, por causa do imobilismo e excessiva burocracia no licenciamento de nova construção.

5 - A economia informal ligada ao arrendamento vai aumentar. A escassez e os preços elevados do arrendamento vão fomentar ainda mais a economia informal e as soluções de múltiplos arrendatários numa só fração. A procura por casas e quartos para arrendar é muito elevada e não encontra oferta que a satisfaça. A mesma realidade continuará a afetar o arrendamento local, por via das restrições impostas pelas autarquias das grandes cidades. Esta situação é propicia ao surgimento de soluções ilegais, sem as condições desejadas de segurança e habitabilidade, por parte de proprietários com menos escrúpulos.

A mediação imobiliária vai conhecer tempos mais conturbados6 - A mediação imobiliária vai conhecer tempos mais conturbados. O novo regulamento da atividade dos consultores imobiliários e a escassez de imóveis irão colocar um freio no número de profissionais que operam neste setor. Muitas pequenas agências vão fechar, por não conseguirem aguentar o efeito combinado do aumento de custos por via da inflação, com a redução operacional do volume de negócios. Muitos profissionais que abraçaram temporariamente esta atividade vão sair, até porque os números baixos do desemprego ajudam a criar alternativas mais atraentes em termos de remuneração salarial e estabilidade. Resumindo, prevejo uma maior concentração no setor imobiliário, com redução no número de profissionais e um maior grau de profissionalização.

A resiliência e a força do seu trabalho são a sua principal arma de um Consultor Imobiliário

E é assim, o mundo pula e avança, com mais ou menos obstáculos, mas um profissional experiente encontrará sempre forma de os contornar, porque a resiliência e a força do seu trabalho são a sua principal arma.

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