Piso Radiante

A climatização de casas com piso radiante não é um tema consensual. Muitos estrangeiros e portugueses residentes no estrangeiro, especialmente vindos do Norte da Europa e da América do Norte, solicitam esta característica quando pretendem comprar uma casa em Portugal. Contudo, no nosso país existe alguma resistência na adoção deste tipo de climatização, fruto de mitos e desinformação. Venha descobrir o que a evolução tecnológica deste tipo de pavimentos tem feito para aumentar a adoção deste tipo de solução.

Tipos de Piso Radiante

O piso radiante pode ser categorizado principalmente em dois tipos: elétrico e hidráulico.

Piso Radiante Elétrico:

Utiliza cabos elétricos ou folhas de aquecimento para gerar calor.

É mais fácil e rápido de instalar, sendo geralmente mais adequado para renovações ou espaços mais pequenos.

Tende a ser menos eficiente energeticamente em comparação com o sistema hidráulico, especialmente em áreas com tarifas elétricas elevadas.

Piso Radiante Hidráulico:

Utiliza água quente que circula através de tubos para gerar calor.

A instalação é mais complexa e cara, mas é mais eficiente em termos energéticos, especialmente quando combinada com uma bomba de calor.

É mais adequado para novas construções ou grandes renovações devido à sua instalação intrusiva.

Ambos os sistemas proporcionam um aquecimento uniforme e confortável, sem as correntes de ar associadas aos sistemas de aquecimento convencionais. O piso radiante hidráulico é geralmente preferido para projetos de maior escala ou onde a eficiência energética é uma prioridade, enquanto o piso radiante elétrico pode ser mais adequado para projetos de menor escala ou renovações.

Mitos sobre o Piso Radiante

Mito 1 - Custo: É opinião frequente que o piso radiante é mais caro do que o uso de radiadores ou aparelhos de ar-condicionado. Embora o custo inicial possa ser mais alto (o preço de instalação do piso radiante é 30% mais caro do que o dos radiadores convencionais), a sua eficiência energética e o facto de exigir menos manutenção, pode resultar em custos operacionais mais baixos a longo prazo.

Mito 2 - Eficiência de Aquecimento: Algumas pessoas acreditam que o piso radiante é menos eficiente em termos de aquecimento, por causa da emissão de calor não ser tão localizada. No entanto, proporciona uma distribuição de calor mais uniforme, criando um ambiente extremamente confortável. O calor é distribuído uniformemente pelo piso, permitindo uma temperatura ambiente de até 25 °C. Para além disso, é possível definir a temperatura desejada através do ajuste do termóstato.

Mito 3 - Rapidez de Aquecimento: Há uma perceção de que o piso radiante é mais lento no aquecimento. Embora os sistemas hidráulicos possam ser um pouco mais lentos, mas tal não significa que tem de suportar temperaturas frias. Uma configuração adequada pode assegurar um aquecimento eficaz. O sistema hidráulico opera continuamente, aproveitando a inércia térmica da envolvente da habitação (paredes, cobertura) para gerar apenas a energia de aquecimento necessária, minimizando as perdas de calor para o exterior. Esta eficiência traduz-se numa poupança significativa comparada a sistemas intermitentes que aquecem toda a casa de imediato ao chegar. Caso configure corretamente o sistema, obterá uma temperatura agradável num período de tempo perfeitamente aceitável e sem o elevado consumo dos radiadores e outros sistemas, que disparam o consumo elétrico quando são ligados. 

Piso radiante: Mito dos pés inchados

Mito 4 - Faz inchar os pés: Nos primórdios, os sistemas de piso radiante mal ajustados (quando a temperatura podia ir até aos 35ºC) podiam causar inchaço nos pés. Hoje, com temperaturas ajustadas entre os 19°C e os 23º/25°C, este já não é mais um problema.

Mito 5 - É Prejudicial à Saúde: O piso radiante impede a circulação de partículas de pó que podem causar alergias e doenças. Este é um sistema que não provoca correntes de ar (ventilação), garante os níveis ótimos de humidade, mantendo níveis de humidade ideais, sem acumular ácaros nem mofo, o que é especialmente aconselhado para pessoas que sofrem de alergias ou problemas respiratórios.

Mito 6 - Localização de Instalação: Contrariamente ao que o nome indica, a instalação do piso radiante não está limitada aos pavimentos, também pode ser instalado em paredes ou tetos. Estas alternativas podem diminuir os custos de instalação e aumentar a eficiência do sistema. De um modo geral, o piso radiante não ocupa espaço na zona habitável e decorável da habitação, sendo oculto, o que permite integrá-lo perfeitamente em qualquer interior moderno.

Piso radiante: Mito da Compatibilidade com Parquet

Mito 7 - Compatibilidade com Parquet: O piso radiante pode ser compatível com parquet e outros materiais, desde que sejam selecionados sistemas e materiais adequados. Hoje em dia o piso radiante pode ser instalado em quase todo o tipo de pisos, desde a pedra natural aos materiais aglomerados. Apenas teremos que assegurar que o modelo selecionado é um tipo de madeira estável e resistente à humidade - com indicação do fabricante que é compatível com piso radiante hidráulico - o que é bastante comum e fácil de encontrar no mercado. 

Mito 8 - Eficiência Energética: Há um mito de que o piso radiante é menos eficiente, no entanto, quando combinado com uma bomba de calor, pode ser altamente eficiente e ecológico. 

Mito 9 - Dimensão da casa: Outro mito é que o piso radiante não é eficaz em espaços mais pequenos ou em complemento de outros sistemas de aquecimento. Além disso, a utilização de bombas de calor pode melhorar significativamente a eficiência energética do piso radiante hidráulico.

Mito 10 - Tecnicamente, o piso radiante é aquecimento elétrico: Quando o tipo de piso radiante adotado é o sistema hidráulico, este funciona com água quente. Se esta água quente é produzida por uma bomba de calor, a energia de aquecimento consumirá alguma eletricidade, mas a maior parte da energia provém do ar ambiente exterior - energia renovável, limpa e gratuita. Uma vez que o piso radiante funciona a uma temperatura constante e baixa, a opção por uma bomba de calor é a opção ideal, mais económica na utilização e que melhor certificação energética proporciona ao imóvel.

Mito 12 - O piso radiante não permite arrefecer a casa no verão:  

Esperamos com este artigo tenha contribuído para desmistificar alguns mitos sobre o piso radiante e ajudá-lo a tomar decisões mais eficientes e económicas na climatização da sua casa

Prós e Contras do Piso Radiante

Benefícios do Piso Radiante

O piso radiante apresenta múltiplas vantagens que o destacam de outras soluções de aquecimento. Enumeramos algumas:

Piso radiante: Segurança e Manutenção Reduzida

  • Conforto Térmico: Este sistema proporciona uma sensação de conforto térmico superior, graças à distribuição uniforme do calor pelo ambiente.
  • Minimiza Perdas de Calor: Além de uma distribuição uniforme, as perdas de calor através de tetos e paredes são significativamente reduzidas. Um adequado isolamento térmico, aliado a janelas eficientes, pode otimizar ainda mais esta eficiência.
  • Maximiza o Espaço Disponível: Diferente de outros sistemas, o piso radiante é invisível e não ocupa espaço, permitindo uma maior liberdade na disposição do mobiliário.
  • Segurança e Manutenção Reduzida: Este sistema requer manutenção mínima e vem com períodos de garantia extensos. A manutenção concentra-se no sistema de aquecimento de água, enquanto a malha embutida no chão permanece livre de manutenção. Além disso, a ausência de superfícies expostas ou zonas extremamente quentes minimiza riscos, aumentando a segurança.

Limitações do Piso Radiante

Tal como qualquer sistema de aquecimento, o piso radiante tem as suas desvantagens. Eis algumas:

  • Investimento Inicial: O custo de aquisição e instalação deste sistema é superior quando comparado a outras opções de aquecimento.
  • Período de Instalação: Embora seja uma instalação mais complexa, o tempo necessário para a sua completa instalação é prolongado, envolvendo etapas como a preparação do chão, colocação da malha e revestimento subsequente.
  • Exigências de Construção: A instalação requer uma determinada altura mínima de profundidade no chão, o que pode limitar a adoção deste sistema em alguns imóveis.

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