A sua casa tem frio?

Então está na hora de a trocar por outra!

Segundo um estudo de opinião realizado pela associação ambientalista Quercus em parceria com o Portal da Construção Sustentável, realizado em 2027:

Cerca de 74% dos portugueses consideram as suas casas frias no inverno, 25% consideram as suas casas quentes no verão e apenas 1% dos portugueses considera a sua casa termicamente confortável e por isso os gastos de energia para colmatar as necessidades de aquecimento são elevados.

Um por cento dos portugueses, satisfeitos com o desempenho térmico da sua casa, é um valor muito baixo! Mesmo que entretanto tenham passado 4 anos e a construção de casas novas tenha modificado um pouco este panorama, o que é facto é que Portugal ainda se encontra a grande distância das melhores práticas de outros países europeus.

Numa altura em que se fala tanto em alterações climáticas, com tudo o que estas podem trazer em termos de variação das temperaturas, é importante revisitar este tema e explorar as opções disponíveis no mercado que possam contribuir para melhorar o conforto térmico do seu lar.

Causas para o problema da inadaptação das casas portuguesas ao clima mediterrâneo

O clima no território português é caracterizado por verões quentes, secos e suaves, com temperaturas acima da média e invernos chuvosos, húmidos e frios, especialmente no interior e terras altas. Apesar de Portugal ser um país pequeno, por causa da sua localização meridional, exposição marítima e terreno acidentado, existem grandes diferenças climatéricas de região para região.

Há um século atrás, Portugal possuía um parque habitacional mais adaptado ao clima mediterrâneo, marcado por mudanças climáticas bastante pronunciadas, ao longo das diversas estações do ano. Por exemplo:

  • No Norte do país, as casas possuíam gado no piso térreo o qual transmitia o calor dos animais aos pisos superiores.
  • No Sul do país, as casas possuíam paredes com até 1 metro de espessura que protegiam o seu interior das temperaturas exteriores muito elevadas.
  • A utilização de materiais de construção naturais e mais sustentáveis, a existência de sótãos e as cores usadas nas fachadas contribuíam para um isolamento térmico superior. Os metais, o tijolo e o cimento vieram substituir alguns desses materiais, prejudicando esse isolamento.

No século passado, os movimentos migratórios do interior para as grandes cidades, exigiram uma resposta rápida e barata para satisfazer a procura elevada, especialmente nos seus arredores. O tijolo, o cimento e o ferro passaram a ser o elemento mais comum na construção de casas, sendo que as suas propriedades de isolamento térmico não são as melhores. Por outro lado, as paredes ficaram mais finas e não foram acautelados sistemas centrais de aquecimento ou arrefecimento como aconteceu noutros países. Importámos técnicas de construção baratas, mas não os exemplos de climatização interior que doutros países.

Hoje, quem compra casa nova tem outro grau de exigência

Neste século as coisas estão a mudar, mas o ritmo de mudança é lento e não chega para alterar significativamente o panorama descrito. Existem duas vias nesta evolução: a introdução de sistemas de climatização em casas antigas ou a compra de casas novas, onde o grau de eficiência e isolamento térmico é maior e a maioria delas já dispõe de algum tipo de climatização, sendo os aparelhos de ar condicionado a solução mais adotada.

A certificação energética requerida para a venda de uma casa, usada ou nova, veio trazer uma maior consciência para este problema e obrigou muitos construtores a reverem as técnicas de construção. Passou a usar-se blocos térmicos em vez do simples tijolo (pelo menos nas fachadas expostas ao exterior), o revestimento exterior com capoto banalizou-se, passou-se a usar de bombas de calor muito mais eficientes do ponto de vista energético do que as caldeiras a gás, o uso de painéis térmicos e fotovoltaicos tornou-se banal, os vidros e a caixilharia das janelas e portas exteriores tem vindo a melhorar o isolamento térmico, o uso de piso radiante já não é um luxo (especialmente quando acoplado a sistemas elétricos ou hidráulicos mais eficientes), etc. etc. Hoje, uma casa nova que tenha uma classe de eficiência energética inferior a A+ ou A, levanta suspeitas.

Quais são as melhores opções para climatizar uma casa

No última década a tecnologia de climatização melhorou imenso, quer em diversidade de soluções, quer em grau de eficiência energética, quer no embaratecimento das soluções disponíveis no mercado. A tudo isto juntou-se um incentivo extra, as ajudas financeiras e os bónus fiscais que o governo tem vindo a oferecer.

  • Aquecimento central ligado a uma rede de radiadores ou convetores alimentados por água aquecida - Uma solução muito comum em moradias e apartamentos modernos e a mais usada nos países do norte da europa. O uso de uma caldeira de água aquecida a gás, tem vindo a ser progressivamente substituída por bombas de calor elétricas, mais eficientes e económicas. É uma solução que não produz ruído sonoro, não necessita de filtros de ar e portanto é bastante saudável e confortável. Tem a desvantagem de ocupar zonas amplas de parede, embora hoje existam  diversas soluções, radiadores verticais, radiadores decorativos em formato de quadro ou espelho.
  • Radiadores ou convetores alimentados por energia elétrica - é uma solução que funciona alimentada a corrente elétrica e pode ser dispendiosa dependendo de vários fatores: utilização de contrato elétrico bi-horário, existência de painéis fotovoltaicos (com ou sem bateria de armazenamento elétrico), número de divisões a aquecer, área respetiva, etc.
  • Piso radiante, elétrico ou hidráulico (tendo neste caso de existir uma caldeira e bomba de calor) - Tem a vantagem de proporcionar um ambiente com uma temperatura mais homogénea em todos os espaços. Tem a desvantagem do preço e da dificuldade de manutenção em caso de fugas ou avaria, por ser instalado por baixo do chão flutuante ou cerâmico. Obriga também ao uso de materiais de cobertura de melhor qualidade. p.ex. se usar chão flutuante este terá que ter determinadas características de qualidade que encarecem este tipo de solução.
  • Ar condicionado - uma das soluções mais completas e eficientes. Por um lado, tanto serve para aquecer o ambiente, como para o arrefecer. Por outro lado, na última década o consumo elétrico deste tipo de soluções, baixou bastante, tornando-a mais acessível. Pode ser complementado com a negociação de um contrato bi-horário com a empresa de fornecimento elétrico, caso o seu padrão de consumo se ajuste a um determinado horário. Pode ser complementado com o uso de painéis fotovoltaicos.
  • Lareiras, Salamandras ou Recuperador de calor - A velhinha lareira alimentada a lenha de madeira, deu lugar a uma miríade de soluções, mais eficientes, mais económicas e mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. Numa lareira moderna ou salamandra o combustível pode ser etanol, gás, materiais 100% reciclados, etc. A utilização de um Recuperador de calor é essencial para aumentar a eficiência térmica.

Isolamento térmico, uma questão essencial

A eficiência térmica de qualquer solução que venha a usar está diretamente relacionada com o isolamento térmico da sua casa. Deverá ter atenção às fugas e transferências térmicas com o exterior que poderão ocorrer através do telhado, do teto, das paredes, do chão, ou através das janelas e caixas de estores e portas. Estas perdas contribuem para baixar a eficiência térmica e aumentar a fatura do seu consumo de energia. 

Se morar numa casa que não seja recente, poderá procurar estes pontos de fuga e tentar soluções de fitas de calafetagem, que minimizem as perdas. Pode também, consultar uma empresa especializada em isolamentos interiores e exteriores, com recurso a painéis de isolamento térmico. Os interior dos telhados também pode ser isolado com recurso a painéis de isolamento térmico.

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