Fazer futurologia baseada apenas nos acontecimentos mais recentes não faz parte do meu perfil, preferindo antes focar a minha energia no momento presente, para dele poder extrair o máximo proveito. Mas, ao olhar para os indicadores acerca do mercado imobiliário que nos são bombardeados dia sim, dia sim, não posso ficar indiferente e arrisco-me a afirmar que "2017 vai ser o Ano"!
Números e Estatísticas
Quando se olha para a evolução estatística dos vários indicadores que compõem o cenário imobiliário é fácil de constatar que, caso não surjam eventos extraordinários com forte impacto na economia, essa evolução tenderá a seguir uma curva cuja tendência é previsível. Pelo menos é isto que as teorias matemáticas nos ensinam.
Por outro lado o preço das habitações em Portugal continua a ser um dos mais baixos face aos seus congéneres europeus. No gráfico seguinte podemos observar que apesar do crescimento registado nos últimos 3 anos, continuamos a ser um dos países mais comptetivos para o investimento imobiliário internacional.
Taxas de juro
As taxas de juro para o crédito à habitação encontram-se em curva descendente e atingiram valores historicamente baixos. Isto deve-se, em parte aos valores próximos de zero das taxas Euribor e por outro lado à baixa das taxas de spread praticadas pela banca e aumento da percentagem de crédito concedido, face ao valor total da compra (chegando a taxas próximas de 85%).
Por outro lado, existem menos restrições na concessão de crédito à habitação, especialmente por parte da banca estrangeira, com os bancos espanhóis em destaque.
Análises e Previsões
São muitos os relatórios de entidades credíveis que preveem a continuação do crescimento do investimento imobiliário comercial na Europa, uma delas é a Cushman & Wakefield no estudo publicado com o título “O Futuro do Investimento Imobiliário”.
Segundo a C&W, para 2017 o crescimento do investimento imobiliário na Europa será na ordem dos 6%: “esperando-se uma subida das rendas entre 2% a 3%”, sendo que este crescimento será parcialmente suportado por capitais asiáticos e do Médio Oriente.
De forma antagónica, um dos fatores por detrás do otimismo relatado advém dos riscos geopolíticos que a economia mundial irá enfrentar em 2017. Ou seja, o imobiliário é considerado "um porto seguro" num ano em que o investimento na dívida pública acarreta um risco mais elevado. Eventos como o Brexit a presidência de Donald Trump, as eleições em França, Alemanha e Holanda poderão ter um forte impacto nos mercados financeiros e "empurrar" os investidores para o mercado imobiliário. A reabilitação urbana é outra das tendências identificadas para 2017, e neste âmbito a cidade de Lisboa surge também como uma excelente alternativa, oferecendo um vasto conjunto de oportunidades a preços competitivos à escala europeia
Portugal deverá manter volumes de investimento acima de 1.000 milhões de euros, sendo mesmo expectável que se atinjam em 2017 números superiores aos verificados em 2016: €1.300 milhões.
Portugal, capta a atenção do investimento imobiliário internacional
Ao longo de 2016 franceses, brasileiros e chineses foram os que mais investiram no nosso mercado imobiliário, sobretudo em casas de luxo, rendidos aos encantos do nosso país, mas também graças às facilidades fiscais e às facilidades na obtenção de vistos.
Este ano, as principais cidades alvo de investimento imobiliário continuarão a ser os mercados tradicionais, tais como Paris, Berlim, Frankfurt, Londres e Amesterdão, mas Lisboa aparece bastante bem posicionada, tanto no setor de escritórios, como no retalho.
Algumas das razões que estão por detrás desta dinâmica são: o aumento dos preços praticados no mercado de arrendamento, a boa performance do mercado ocupacional, o crescimento do turismo, os sucessivos prémios que Portugal e as suas localidades têm granjeado ao longo dos últimos anos, os baixos preços por metro quadrado quando comparados com outros países europeus, etc.
A somar a todos os motivos já descritos, existe uma orientação clara: Portugal está entre os melhores destinos mundiais para o investimento imobiliário. Assim o dizem as respostas aos diversos inquéritos colocados a diversas entidades responsáveis pela gestão de fundos de investimento imobiliário.
♦ Segundo o Annual Global Retirement Index 2017, da International Living (IL), Portugal surge na 9ª posição no Top 10 dos melhores países para os estrangeiros viverem depois da reforma;
♦ A Christie’s International Real Estate divulgou um ranking das 10 cidades em foco para o ano de 2017 e Lisboa e Porto estão entre essas escolhas, sendo que esta imobiliária é uma das mais prestigiadas em termos mundiais, especialmente para quem investe no imobiliário de luxo.
♦ No final de 2016, a revista Forbes considerou Portugal um dos melhores destinos para investir em imobiliário de luxo, graças aos baixos preços praticados no nosso mercado e à boa rentabilidade do mercado do arrendamento. Segundo os autores do artigo denominado “What $5 Million Could Buy You In Real Estate Around The World”, as melhores propriedades estão localizadas em Portugal e no Panamá.
♦ Outros jornais e sites de referência tais como o New York Times ou o TheMoveChannel, colocam Portugal no centro das atenções do investimento imobiliário.