A Tipologia de uma Habitação é uma classificação que define o tipo de habitação com base no layout, número de quartos assoalhados, divisão das áreas, entre outros fatores. Por exemplo, T3 significa: "T" de tiplogia e "3" o número de assoalhadas.
Índice
- O que é uma assoalhada?
- Qual é o significado da tipologia T0, T1, T2, T3, T4, T5 ou T6?
- Quais são as tipologias e designações de habitação?
- Como escolher a tipologia de habitação ideal para as minhas necessidades?
- O que estabelece a legislação sobre a Tipologia de Habitação
- Perguntas frequentes acerca de tipologias de habitação
Assoalhada é a designação utilizada para identificar certas divisões de uma casa, excluindo a cozinha, casa de banho e despensa. Noutras palavras, quartos, salas de estar e de jogos, bibliotecas e escritórios são exemplos de assoalhadas. A origem deste termo está associada às divisões de casas cujo pavimento é feito de madeira.
Esta designação pode, por vezes, ser confusa, especialmente quando comparada com termos como T1, T2, T3, entre outros. Por exemplo, uma casa com 4 assoalhadas não equivale necessariamente a uma casa de tipologia T3. Vejamos porquê...
A caracterização de um imóvel utiliza a tipologia designada por T(n), onde 'n' representa o número de quartos da habitação. Por exemplo, T3 designa uma casa com três quartos e uma sala. As restantes divisões, como cozinhas e casas de banho, não são contabilizadas nesta terminologia. Como alternativa, também se pode usar o número total de divisões, tal como por vezes consta na Caderneta Predial. Assim, um T3 terá quatro divisões: três quartos e uma sala e na Caderneta Predial constará como tendo 4 divisões.
No caso dos apartamentos, as tipologias são: T1 (um quarto), T2 (dois quartos), T3 (três quartos), T4 (quatro quartos), T5 (cinco quartos), etc. O T0, também conhecido como 'estúdio', é um apartamento sem quartos separados, possuindo uma única divisão que serve de quarto e sala, além de uma cozinha (geralmente integrada na sala, em formato de kitchenette), bem como casa de banho.
Existe ainda uma nomenclatura alternativa, como V1, V2, V3, V4, etc., que é equivalente a T1, T2, T3, T4, etc. Esta designação era originalmente associada a 'Vivenda', um termo atualmente menos usado e substituído por 'Moradia'. Esta terminologia ainda persiste, embora seja mais frequente entre profissionais de engenharia e arquitetura do que entre aqueles que trabalham no setor imobiliário.
Além do número de assoalhadas, existem outras terminologias que ajudam a categorizar e descrever o tipo de habitação. Eis algumas das tipologias de habitação mais comuns, acompanhadas das suas características particulares.
Um apartamento consiste numa unidade residencial individual que partilha espaços comuns, como corredores, escadas e elevadores, com os demais condóminos.
Estas unidades residenciais estão normalmente situadas em edifícios com múltiplos andares, designados por prédios de apartamentos. Também se usa o termo "andar" para designar o piso do edifício em que um apartamento específico está localizado.
Os Apartamentos são mais frequentes em áreas urbanas, onde o custo do terreno é elevado e a densidade populacional é elevada. Podem variar em estrutura e tamanho, desde simples estúdios a apartamentos com 3 quartos ou mais.
Por outro lado, há apartamentos com diferentes estruturas e mais do que um piso, tais como:
Esta designação aplica-se a habitações divididas em dois pisos, interligados por uma escada interna. Geralmente, a área social, os lavabos e a cozinha situam-se no primeiro piso, enquanto os quartos e casas de banho estão no segundo. São comuns em:
Nesta categoria, a área do imóvel distribui-se por três pisos.
Trata-se de apartamentos situados no último piso de um edifício. Estas unidades são altamente valorizadas, não só pela ausência de vizinhos por cima, mas também pelos amplos terraços ou áreas externas que oferecem vistas panorâmicas sobre a cidade. Devido às suas características exclusivas, as penthouses tendem a ser mais caras do que os outros apartamentos no mesmo edifício.
O estúdio é uma versão compacta de apartamento que combina sala, quarto e cozinha num único espaço, em formato 'open space'. São frequentemente procurados por solteiros, estudantes, e jovens profissionais e em Portugal são também populares para arrendamento local.
O termo “loft” é um termo de origem anglo-saxónica e que designa um tipo de habitação disseminado a partir dos anos 50 do século passado, que combina um estilo de design e de vida (“Loft Living”), com decoração e conceito de habitação muito próprios. Nasceu nas zonas urbanas de matriz tipicamente industrial, sendo o imóvel caracterizado por um pé-direito com altura dupla e referências decorativas de estilo industrial. Normalmente são habitações adaptadas a partir de espaços industriais ou comerciais abandonados, armazéns ou outras estruturas amplas, com poucas divisões e são caracterizados por:
Este tipo de habitação começou por ser mais utilizada por artistas e profissionais criativos ou liberais, mas hoje o seu conceito foi integrado na restante malha urbana e é utilizado com sucesso em habitações de luxo, em muitas cidades por esse mundo fora.
É um apartamento com jardim privativo, geralmente localizado no rés-do-chão de um edifício. Nas cidades, é habitual encontrar esta tipologia com incidência em determinados bairros, por exemplo no Bairro de Alvalade, em Lisboa. Em edifícios de construção mais recente é uma solução que está de novo na moda, sendo que o seu preço é superior, devido à zona de jardim/lazer.
Moradia é uma habitação unifamiliar, ou seja, uma casa isolada destinada a ser habitada por uma única família. Geralmente, as moradias podem ter um ou mais andares, possuem um jardim ou quintal privado, além de estacionamento próprio, e podem ser construídas em terrenos urbanos ou rurais.
Em Portugal, especialmente nas zonas urbanas, as moradias são consideradas como um tipo de habitação de luxo ou destinada ao segmento alto, e são normalmente mais caras do que os apartamentos. As moradias encontram-se frequentemente localizadas nas áreas suburbanas de grandes cidades ou em áreas mais afastadas dos centros urbanos.
Uma casa unifamiliar é uma habitação independente, ocupada por uma única família. Normalmente, dispõe de um pequeno jardim ou quintal, bem como uma garagem. As casas unifamiliares podem ter um ou mais pisos e oferecem aos moradores mais privacidade do que outras tipologias. Tecnicamente, o polígono de implantação de uma moradia isolada tem área de terreno em todo o seu redor, o que significa que a edificação não partilha quaisquer paredes com imóveis vizinhos. Este tipo de habitação é mais comum em áreas suburbanas e rurais do que em centros urbanos.
Esta designação refere-se a uma moradia construída lado a lado com outras duas moradias, partilhando com estas as paredes laterais, tendo cada uma delas entradas individuais. Esta tipologia é bastante comum em áreas urbanas, onde o espaço para construções isoladas é limitado. É habitual encontrar lotes de 6 a 12 moradias em banda, designando-se as moradias de topo como geminadas e as interiores como moradias em banda.
Termo utilizado para descrever uma moradia construída lado a lado com outra. As casas geminadas costumam ter plantas simétricas e partilham uma parede comum. Este tipo de habitação é frequente em áreas suburbanas e destaca-se em bairros residenciais, oferecendo uma combinação de privacidade e vizinhança.
É o termo aplicado às moradias que possuem apenas um piso habitável. Este tipo de arquitetura, que outrora era mais comum e usado em habitações modestas, tem-se tornado raro devido ao aumento do preço dos terrenos. Hoje em dia, é mais comum encontrar moradias com 2, 3 e 4 pisos, além de uma cave ou garagem, de modo a rentabilizar o custo do terreno.
Refere-se a uma moradia que, podendo estar, ou não, fracionada no registo predial, tem diferentes pisos, cada um com entradas independentes. Comummente, estamos a falar de uma moradia com dois pisos, em que uma das habitações se encontra no rés-do-chão e a outra no 1º andar, com acessos independentes através de uma escada exterior.
Refere-se a uma casa de campo, tipicamente edificada em madeira ou pedra, apresentando um telhado inclinado. Este género de habitação é apreciado em áreas rurais, como casa de férias ou em regiões montanhosas, ou localidades onde é frequente nevar.
Designação atribuída a uma casa grande e luxuosa, com arquitetura requintada e rica em detalhes decorativos. Estas casas costumam ter uma extensa história e frequentemente possuem muitas divisões e um grande jardim ou área de terreno.
Normalmente, são as habitações mais caras de uma cidade e são frequentemente utilizadas como sede de empresas, residência de famílias abastadas ou como hotéis de charme.
É uma casa de campo ou senhorial, habitualmente localizada em áreas rurais. Destaca-se pela sua arquitetura nobre e história, frequentemente associada à nobreza ou a figuras históricas relevantes.
Refere-se a uma propriedade rural que inclui casa, jardins, áreas de cultivo e, por vezes, criação de animais de pequeno porte. É geralmente utilizada para fins agrícolas, turísticos ou como residência secundária.
Nas últimas décadas, as quintas em Portugal têm sido requalificadas para diversos fins, desde o turismo rural até ao alojamento de curta duração. As quintas são comuns em todo o país, mas estão mais disseminadas no Norte e Centro de Portugal, bem como na região interior do Algarve.
Uma herdade é uma grande propriedade rural frequentemente destinada a fins agrícolas, pecuários, de produção florestal ou até turísticos. Devido à sua dimensão, as herdades podem abranger várias centenas ou até milhares de hectares.
Esta tipologia de propriedade é usualmente composta por zonas de montado e terras de cultivo. Geralmente, possui uma edificação unifamiliar situada próximo à estrada ou caminho de acesso. A principal diferença quando comparada a uma quinta reside na sua dimensão, dado que pode abranger vários hectares de terreno. As herdades são comuns em todo o país, mas estão mais disseminadas no Sul de Portugal, na região do Alentejo.
Optar pela tipologia de habitação que melhor se adequa às suas necessidades pode inicialmente parecer um desafio. Contudo, algumas sugestões práticas podem orientá-lo na tomada de uma decisão informada:
Ao ponderar estes fatores, estará melhor preparado para fazer uma escolha acertada. Uma decisão bem fundamentada pode proporcionar benefícios a longo prazo, justificando o investimento de tempo e esforço inicial.
O termo T(n) parece ter a sua origem no Regulamento Geral das Edificações Urbanas, Decreto-Lei n.º 38382, de 7 de Agosto de 1951, que foi posteriormente revisto pelo Decreto-Lei n.º 650/75 de 1975. Neste contexto, encontramos a seguinte referência:
O tipo de fogo é determinado pelo número de quartos de dormir, e utiliza-se o símbolo T(índice x) para a sua identificação, em que x representa o número de quartos de dormir.
Mais adiante (Art. 66.º -1), é apresentada uma tabela que clarifica as restrições impostas aos compartimentos da habitação, os quais devem cumprir requisitos mínimos de número e área.
Número de compartimentos e tipo do fogo | |||||||||
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | Mais de 8 | ||
T0 | T1 | T2 | T3 | T4 | T5 | T6 | Tn > 6 | ||
Área Bruta mínima (m2) | 35 | 52 | 72 | 91 | 105 | 122 | 134 | ||
Áreas em metros quadrados | |||||||||
Quarto casal | - | 10,5 | 10,5 | 10,5 | 10,5 | 10,5 | 10,5 | 10,5 | |
Quarto duplo | - | -- | 9 | 9 | 9 | 9 | 9 | } | Restantes quartos de 9m2 |
Quarto duplo | - | -- | -- | 9 | 9 | 9 | 9 | ||
Quarto duplo | - | - | - | - | - | 9 | 9 | ||
Quarto simples | - | - | 6,5 | 6,5 | 6,5 | 6,5 | |||
Quarto simples | - | - | - | - | 6,5 | 6,5 | |||
Sala | 10 | 10 | 12 | 12 | 12 | 16 | 16 | 16 | |
Cozinha | 6 | 6 | 6 | 6 | 6 | 6 | 6 | 6 | |
Suplemento de área obrigatório | 6 | 4 | 6 | 8 | 8 | 8 | 10 | (x + 4) m2 (x=número de quartos) |
Para muitos, a tipologia de habitação assume um papel crucial na decisão de compra ou arrendamento. Aqui, esclarecemos algumas das perguntas mais frequentes acerca da tipologia de uma habitação.
A sigla "T" refere-se ao número total de quartos numa habitação. Um T2, por exemplo, descreve um apartamento com dois quartos.
Enquanto uma moradia é uma habitação independente com espaço exterior próprio, um apartamento constitui uma fração de um edifício habitacional partilhado.
Um estúdio é uma unidade habitacional compacta, normalmente constituída por um único espaço aberto que serve de área de estar, dormitório e cozinha.
O duplex é um imóvel distribuído por dois pisos, ao passo que o triplex estende-se por três níveis.
Uma penthouse é um apartamento de luxo situado no último andar de um edifício, frequentemente com acesso a terraços e uma vista panorâmica.
A sigla RC designa o rés-do-chão, o que significa que o imóvel está situado no piso térreo do edifício.
Um T0 é um estúdio que não possui quartos separados, sendo geralmente um espaço único com todas as funcionalidades básicas.
Um T1 dispõe de um quarto e uma sala. Já um T1+1 apresenta, além do quarto e da sala, uma divisão extra que pode funcionar como um segundo quarto, escritório ou outra funcionalidade. O termo "+1" indica a presença dessa divisão adicional, que pode variar em características e utilidade.
Um loft é um espaço amplo e sem divisões internas, caracterizado por um pé-direito elevado. Geralmente, é a escolha de solteiros ou casais sem filhos, valorizando um estilo de vida mais aberto e despojado.
Conhecida em Portugal como moradia em banda, uma townhouse é uma habitação que partilha paredes laterais com outras habitações similares, mas que possui uma entrada própria e separada.
Uma casa casa unifamiliar é um imóvel destinado à habitação de apenas uma família e geralmente é construído num lote de terreno independente, não partilhando paredes ou espaços comuns com outras unidades habitacionais. Este tipo de casa é ideal para quem valoriza privacidade e é muitas vezes associada a moradias tradicionais com jardim ou quintal. O termo "unifamiliar" é sinónimo de "monofamiliar".
Uma habitação bifamiliar é um edifício com duas frações independentes, ideal para acomodar famílias grandes, duas famílias ou para arrendamento. Este tipo de edifício, também conhecido como "casa geminada", possui entradas separadas para cada fração, o que proporciona privacidade. A estrutura bifamiliar permite a partilha de despesas de manutenção, tornando-a uma opção económica e de suporte mútuo.
Por sua vez, uma casa multifamiliar é um edifício que aloja várias unidades habitacionais, com proprietários ou inquilinos distintos. Este último tipo de edifício é comummente referido como um bloco de apartamentos.
Uma moradia geminada é uma construção residencial onde duas casas são edificadas lado a lado, partilhando uma parede comum. O termo deriva do latim "gemini", indicando a simetria frequentemente observada entre as casas. Embora partilhem estrutura e, por vezes, o telhado, cada unidade possui sua entrada, jardim e garagem separados, garantindo uma certa independência entre os residentes.
Um T1 tem duas assoalhadas, o T2 tem três assoalhadas, o T3 tem quatro assoalhadas, e um T4 tem cinco assoalhadas. Estas assoalhadas incluem os quartos e salas, mas excluem a cozinha, casas de banho e despensa. A Tipologia de uma Habitação serve para designar o número de quartos assoalhados de uma casa, bem como a estrutura e a divisão das áreas. Ou seja, "T" significa tipologia e "1,2,3,4", o número de quartos.
A letra "T" nas tipologias refere-se a apartamentos, enquanto que a letra "V" refere-se a moradias ou vivendas. Por exemplo, T2 indica um apartamento com duas assoalhadas, enquanto V2 indica uma moradia ou vivenda com duas assoalhadas.